Ísis
Simone Fortaleza Gomes¹, Ermelinda
Maria Mota Oliveira²,
Thiago
de Miranda Moreira³,
Leonardo
Eufrázio Soares4, Jose Eldo
Costa5, Jucier Magson de
Souza e Silva³
Orientador: Gualter Guenther
Costa da Silva²
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1Graduando
em Zootecnia - UFRN, 2Prof° Dr.
da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias/UFRN, ³Graduando
em Engenharia Florestal UECIA/UFRN, 4Pós
Graduando em Manejo Sustentável do Semiárido, 5Graduando em Agronomia UECIA/UFRN
RESUMO
Uma
das
formas de aproveitamento de dejetos animais é por meio da biodigestão
anaeróbia que transforma o esterco “in natura”, em duas bases sustentáveis: o
biogás e o biofertilizante. O objetivo do presente trabalho foi construir
biodigestor do tipo caseiro em garrafa Pet e em bombona
de PVC que permita a produção de biogás e de biofertilizante. O trabalho foi
desenvolvido na Unidade de Compostagem de Resíduos Orgânicos da Escola Agrícola
de Jundiaí/UFRN. A partir de garrafas pets (2 L) e de bombona
de PVC (100 L) foram realizadas algumas adaptações que possibilitaram entrada
do dejeto, armazenamento e liberação controlada de biogás e saída de
biofertilizante. Após as devidas adaptações depositaram-se os dejetos suínos
diluídos com água (1:2, água/dejeto) nos respectivos biodigestores, e após 45
dias, o processo de biodigestão
finalizou. O processo de biodigestão
anaeróbica pode ser viabilizado a partir da confecção de biodigestor caseiro do
tipo garrafa pet ou bombona em
PVC.
OBJETIVOS
Atualmente
encontramos
um problema que vem afetando cada vez mais a cadeia produtiva animal e o
ambiente em que vivemos. Além da produção em massa de gás metano, que afeta a
camada de ozônio do nosso planeta, há também a produção desordenada e mal
manejada de dejetos animais, poluindo o solo, lençóis freáticos, rios e mares,
sendo fontes de contaminação e disseminação de doenças. Os produtores não estão
dando destino adequado aos dejetos produzidos, entulhando-os em locais abertos,
favorecendo essa poluição. O objetivo deste trabalho é passar ao produtor a
importância ambiental e econômica da utilização dos biodigestores para garantir
a sustentabilidade da sua comunidade sem agredir o meio ambiente. Uma forma de
garantir esta sustentabilidade na agricultura é a reciclagem de dejetos animais
por meio da utilização de biodigestores (uma câmara fechada cheia de água e
dejetos, que tem como objetivos produzir biogás e biofertilizante), diminuindo
os custos e contribuindo para a sustentabilidade. Os resíduos são fermentados
pelas bactérias anaeróbias (sem a presença de oxigênio), que realizam o seu
trabalho em temperaturas entre 30º a 35ºC, porém a fermentação pode ser
desativada em temperaturas a cima ou a baixo das referidas ou se ocorrer a
entrada de oxigênio no biodigestor. O biogás serve para produzir gás de cozinha
e energia; já o biofertilizante é um adubo de fácil manejo e rico em minerais.
Há vários tipos de biodigestores, mas todos geram lucro ao produtor e retorno
positivo ao ambiente.
MATERIAL
E MÉTODOS
A
pesquisa
foi desenvolvida na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrária
(UAECA-UFRN), localizada no município de Macaíba-RN, com latitude 05º 51’ 30’’
e longitude 35º 21’ 14’’. O clima da região é do tipo tropical chuvoso com
verão seco (Koppen).
Foram utilizados dezesseis biodigestores confeccionados com garrafas pet, e
cada garrafa continha 1500 ml de substrato (água e dejetos suínos). Uma seringa
foi acoplada em cada biodigestor com a funcionalidade de um gasômetro, obtendo
a quantidade em ml de gás produzido, ou seja, o êmbolo da seringa se movimenta
de acordo com a pressão que o gás exerce para sair do recipiente. Porém, até o
décimo dia, há formação de vários gases, que foram liberados, assim foi
possível quantificar os índices de gás metano posteriormente. A pesquisa foi dividida em quatro tratamentos
diferentes com três repetições. Os tratamentos foram caracterizados como: T1- 15% de H2O e 85% de dejetos;
T2- 50% de H2O e 50% de dejetos; T3- 33% de H2O e 67% de dejetos; T4- 85% H2O e 15% de dejetos (Figura I e II).
RESULTADO
E DISCUSSÃO
Os substratos foram analisados a partir do
tempo de retenção em dias indicado para a finalidade da produção (Figura 3). O
experimento foi observado durante 45 dias e foram constatadas variações de
acordo com as quantidades de dejetos e água adicionados, formando o substrato.
Foram constatadas alterações logo nos primeiros dias e no sétimo foram
liberados a formação da mistura de gases, para evitar explosões posteriores e
obter funcionamento eficiente.Por
já
apresentar uma quantidade de água significativa em seus dejetos (suínos), o
experimento T1 apresentou níveis de produção de
gás 40% maior que os demais tratamentos (Figura 4), deixando o substrato
pastoso. Ocorreu probabilidade de vazamento de algumas das garrafas, visto que
foram três repetições. Já no Biodigestor do tipo bombona
(Figura 5) foi constatado a produção de gás metano através da queima e produção
de biofertilizante (60L), utilizada para confeccionar uma horta orgânica
(Figura 6). Essa pesquisa foi realizada com o objetivo de viabilizar a produção
de um biodigestor do tipo Sertanejo (Figura 7) para a produção em larga escala
de biogás e biofertilizante. Visto a dificuldade de obtenção de resultados
CONCLUSÃO
A
implantação
dos biodigestores torna-se viável e gera retorno positivo, pois além de gerar
lucro ao produtor ainda contribui com o meio ambiente. Ao produzir gás de
cozinha ou energia elétrica a partir do biogás e adubo derivado do
biofertilizante, a utilização de biodigestores deverá aumentar com o passar do
tempo e técnicas novas serão introduzidas para o seu aperfeiçoamento.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICA
NOGUEIRA, L.A.H. Biodigestão: a
alternativa energética. São Paulo: Nobel, 1986;SOUZA, F.L.. Biogás- Energia renovável
para o futuro. Revista Ciência e Tecnologia na Escola, vol. 33, nº 1, Fevereiro
de 2011;Paris, Camila Manhas.Implantação de
biodigestor e produção de biofertilizante. Trabalho (Graduação) – apresentado
ao
Curso de Tecnologia em Biocombustíveis, Faculdade de Tecnologia de Araçatuba,
2010. Araçatuba, SP: Fatec, 2010. 59f. : il.