23 dezembro, 2011

Mamona é opção para agricultor nordestino


Mamoeiro
Com o crescimento do mercado de biodiesel, a demanda por produtos tem sido superior à oferta. Isso faz com que novas culturas ganhem espaço, como é o caso da mamona. Com boa tolerância à seca, a cultura tem sido um dos investimentos da Petrobrás, que instalou uma usina de produção de biodiesel a partir da oleaginosa no Estado da Bahia e passou a comercializar com os produtores da região. Segundo Máira Milani, pesquisadora da Embrapa Algodão, a principal vantagem da mamona é a boa tolerância à seca. Enquanto que outras culturas, como o milho e feijão, sofrem bastante com o período de estiagem, a cultura da mamona é mais resistente, pois tem a produção em ciclos.

A produção de óleo nacional é muito pequena quando comparada ao volume de biodiesel necessário. A cultura mais usada para a produção de biodiesel é a da soja, que conta com uma produção maior. No entanto, o mercado de óleos vegetais no país é muito grande, permitindo que várias culturas, como a mamona e o girassol entrem. A mamona é importante para a indústria de biodiesel e química — afirma a pesquisadora.

Buscando investir nessa nova forma de produção de biodiesel, a Petrobrás criou uma usina em Candeias (BA) para produzir o biodiesel através do óleo de mamona. A empresa tem feito alguns contratos de compra e venda com produtores de mamona da região. Segundo Máira, esses contratos são anuais e, através deles, a Petrobrás compra a produção de mamona a partir de sementes de cultivares melhoradas distribuídas pela própria empresa.

A Embrapa é a principal empresa que tem trabalhado com cultivares para a região Semiárida. Entre elas, estão a BRS Nordestina, a BRS Paraguaçu e a BRS Energia. A Nordestina e a Paraguaçu são cultivares de ciclo mais longo, indicadas para consórcio, de colheita e descasque manual. A produtividade média dessas variedades gira em torno de 1500kg por hectare — conta.

Já a Energia, de acordo com a pesquisadora, é uma cultivar de ciclo curto, em torno de 120 dias, indicada para cultivo em sucessão. Sua produtividade média é de, aproximadamente, 1800kg por hectare.

Para a produção em consórcio com a mamona, as culturas mais indicadas são as rasteiras, já que ela sofre muito com o sombreamento. Nesse caso, o milho não é indicado, mas sim o feijão caupi e o amendoim. A principal vantagem do consórcio é conseguir produzir duas culturas simultaneamente e obter melhor condicionamento de solo. A desvantagem é não conseguir a mesma produtividade do cultivo convencional — diz ela.

Máira explica ainda que, no consórcio, a mamona deve ser plantada de 15 a 20 dias antes da cultura consorciada. Além disso, deve ser feito um bom controle de plantas daninhas, além dos demais cuidados comuns no cultivo convencional.

A principal doença da mamona é o mofo cinzento. Na Região Nordeste, ela acontece em períodos mais úmidos, principalmente no Agreste. Já a principal praga da cultura, é o percevejo verde. No entanto, como não existem produtos químicos registrados para a cultura da mamona no Ministério da Agricultura, a técnica utilizada contra esses problemas é o plantio de escape — conta.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Algodão através do número (83) 3182-4300. 
Fonte: Site Dia de Campo

09 novembro, 2011

O consórcio com o girassol é possível entre culturas vegetais

Desde o início do cultivo do girassol houve um mito de que o mesmo não suportava consórcio com outras culturas, pois bem, diversas pesquisas na área mostram que isso não passa de um mito, visto que várias culturas podem ser consorciadas com o girassol, como é o caso do feijão, do eucalipto e da brachiaria ruziziensis. É bem verdade que algumas culturas não podem ser consorciadas com o girassol, devido ao seu caráter competidor, até algumas plantas daninhas enfrentam dificuldades em se estabelecer.
Nesse contexto, exemplifiquemos o consórcio do girassol com o feijão, duas culturas de grande importância e de características distintas que se somam para se beneficiar e beneficiar o pecuarista. O primeiro tem como característica de ser fixador de potássio (K), um macronutriente essencial para qualquer planta, essa fixação se deve aos restos culturais rico em K. Já o outro é bastante conhecido pela fixação biológica de nitrogênio (N). O somatório desses dois macronutrientes é excelente para esse consorcio.
O segredo desse consórcio está nas características distintas das culturas, tendo em vista que o ciclo reprodutivo do feijão é menor que do girassol (aproximadamente 60 e 90 dias respectivamente), isso possibilita que os nutrientes disponibilizados pelo feijão sejam aproveitados pelo girassol, quando o mesmo for colhido. Outro fator importante desse consórcio é a altura das culturas, como o feijão é menor que o girassol, a competição por luz inexiste.
Parece um casamento perfeito, contudo, assim como qualquer consórcio de culturas, esse deve ser feito sob orientações corretas, objetivando a máxima produção e o sucesso do mesmo.
Consórcio de eucalipto e girassol
Fonte: http://www.osollo.com.br/fotos/Plantio-casado

Embrapa demonstra que girassol tolera bem a seca no semiárido




“Enquanto o milho e o feijão sofreram nesses últimos 20 dias de estiagem no Nordeste, o girassol se destacou pela sua capacidade em tolerar períodos de seca”. Foi o que constatou o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Ivênio Rubens de Oliveira.

O pesquisador acrescenta ainda que o girassol, testado e plantado na região semiárida de Sergipe, necessita de pouca água durante os primeiros 30 dias após a semeadura. Sua tolerância à estiagem é decorrente também do seu sistema radicular que vai buscar água em partes mais profundas do solo.

“O girassol se comporta muito bem no solo e clima do semiárido e se apresenta como uma alternativa viável para a região, principalmente em plantios consorciados com o feijão e como rotação de cultura com o milho” complementa ele.

O Estado de Sergipe tem uma área considerável com lavouras de milho. São 180 mil hectares cultivados com produtividade crescendo a cada ano.

No entanto, todo o sucesso e lucro no cultivo do milho cobrarão seu preço no futuro próximo, pois como toda monocultura, haverá problemas sérios de pragas e doenças que não tardarão a aparecer, além de outros problemas com relação ao manejo e conservação do solo.

Por esse motivo, o pesquisador Hélio Wilson, também da Embrapa Tabuleiros Costeiros, recomenda alternar a cultura do milho com o girassol que, além de tolerar muito bem à seca, tem mercado garantido como biocombustível, ao extrair o óleo de suas sementes, e na sua sobra, a torta, como também o caule e folhas, são muito úteis na alimentação animal.

Os pesquisadores da Embrapa indicam as cultivares de girassol M734, Helio 358, Embrapa 122, BRS 321, BRS 322, MG 2 e a MG52 que vem demonstrando excelentes resultados em termos de produtividade no Semiárido.

A Embrapa possui experimentos nas propriedades de produtores rurais nos municípios de Carira e Poço Redondo, onde pesquisa diversas cultivares de girassol, além de feijão e soja. O principal objetivo é constatar a adaptabilidade das diversas cultivares nos solos e clima da região do Semiárido.

Os produtores de Carira estão confiantes no plantio de girassol na região. O produtor João Alves, de Carira, assentado da reforma agrária, que vem plantando girassol em sua propriedade e cedeu um espaço para as pesquisas da Embrapa comenta: “é possível ter um lucro de 40 a 50% no plantio de girassol”.

12 outubro, 2011

Validação de Modelo de determinação não-destrutiva da área foliar em girassol (Helianthus annuus L.)

Leonardo Eufrázio Soares1, Thomas Jefferson Alves dos Santos2, Vitor Bruno Rodrigues Barbosa 3, Fabrício Ehm Martins1 , Gualter Guenther Costa da Silva4, Ermelinda Maria Mota Oliveira4.

1Acadêmico do curso de Zootecnia – UFRN, 2Zootecnista Graduado – UFRN,  3Mestrando em Produção Animal, 4Professor Doutor do Curso de Zootecnia - UFRN



INTRODUÇÃO

O conhecimento da cultura do girassol na região semiárida brasileira, considerando a grande expansão do mercado de biocombustíveis e o baixo conhecimento agronômico, é de suma importância para sustentabilidade do sistema de produção. A determinação da área foliar (AF) possibilita obter indicativo de resposta de tratamentos aplicados, pois está relacionada diretamente com a fisiologia do crescimento das culturas ao longo do ciclo de cultivo.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi testar o modelo para a determinação de área foliar proposto para as cultivares de girassol Aguará 03 e Hélio 358, AF = 1,7582 x L1,7067         (R² = 0,98), afim de verificar a validade para a cultivar Embrapa 122 nas condições edafoclimáticas do município de João Câmara/RN.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no assentamento Modelo I no período de maio/agosto de 2011. Foram coletadas 36 folhas, sendo classificadas em pequenas, médias e grandes. Após as coletas, com auxílio de régua graduada, mediu-se a largura máxima das folhas e aplicou-se na equação. A área foliar real (AFR) foi determinada através do Software DDA 1.2. Os resultados foram submetidos a análise de regressão. A largura das folhas utilizadas para o estudo variou de 6,8 a 32,9 cm, com valor médio de 18,4 cm.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A regressão da AF x AFR apresentaram baixo R² para as áreas foliar pequenas, médias e grandes, 0,25, 0,74, 0,56, respectivamente, conforme podemos observar nas figuras a seguir.


Figuras 1-3. Relação entre a determinação do Software DDA e o modelo linear das folhas do Helianthus annuus L., (A) pequenas, (B) médias e (C) grandes.

CONCLUSÃO

A determinação da área foliar para a Embrapa 122, por meio da equação não confere precisão.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, O. G. L.; ROSSI, F. D.; ANDRIGHETTO, C. DDA: Software para determinação de área foliar , índice de área foliar e área de olho de lombo – versão 1.2. Santo Augusto, 2008.

MALDANER, I. C; HELDWEIN, A. B.; LOOSE, L. H.; et al. Modelos de determinação não-destrutiva da área foliar em girassol. Revista Ciência. Rural, Santa Maria, v.39, n.5, p.1356-1361, ago, 2009.

ANEXO
Campo de experimento em Modelo 1\ João Câmara\RN
Coleta da parte foliar do girassol


OBS: O presente trabalho será apresentado na CIENTEC-UFRN nessa quarta-feira (19/10/2011). Agradecimento especial aos autores Vitor e Thomas pelo desenvolvimento do mesmo. 



11 outubro, 2011

Bioenergia vs Agroenergia


Os termos bioenergia e agroenergia podem causar confusão e serem confundidos. Então, para efeito de entendimento, pode-se conceituar bioenergia como um tipo de energia renovável, que contribuir para balancear a oferta de energia dentro de um sistema renovável, baseado nas fontes de energia solar, eólica, geotérmica, hidrelétrica, biogás, biodieseal entre outras. Sendo assim, podemos entender que a agroenergia é uma bioenergia produzida a partir de produtos agropecuários e florestais. Ou seja, a agroenergia pode ser entendida como um rumo da bioenergia.
O fluxograma abaixo, mostra o esquema da bioenergia e todos os processos que podem fazer parte dela.

Fonte: Elaboração D. L. Gazzoni