17 janeiro, 2013

SILAGEM DE COLOSTRO


DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA

O que é o COLOSTRO?

O colostro é o leite produzido nos primeiros dias após o parto. Tem composição diferente do leite normal e não deve ser usado na alimentação humana, e nem na fabricação de produtos lácteos. É importante que o colostro não deixe de ser fornecidas às crias recém-nascidas, pois sua composição especial protege a saúde do animal.
Diferença entre o leite comum e o colostro 
Como preparar a SILAGEM DE COLOSTRO

1º - Colocar o colostro excedente em garrafas pet bem limpas; (colostro do 3º ao 6º dia)
Enchimento das garrafas pet
2º - Encher a garrafa até à boca, tam­pando-a, devidamente, garantindo ausência total de ar. Isto permitirá uma fermentação correta;


ATENÇÃO!
Não deixar AR dentro da garrafa para evitar explosão
Tampando as garrafas
3º - Guardar as garrafas pet etiquetadas em local limpo, fresco e sombreado;
Exemplos de etiquetas
4º - Após 21 dias de fermentação es­tará pronta para ser utilizada.

Como utilizar o COLOSTRO ENSILADO

1º - Misturar uma porção de sila­gem de colostro a uma igual quantidade de água.
Exemplo do preparo
 2º - Misturar bem. Colocar no balde, ou mamadeira, para oferecer às ­crias.
 3º - Acostumar a cria ao sabor da silagem de colostro. Basta ir colocando a mistura, aos poucos, ao leite.
 4º - Como acostumar a cria?



  
CURIOSIDADES:

ü  Inicialmente um cabrito consome 600ml/dia de colostro, depois essa quantidade pode ser aumentada, levando-se em consideração o peso e a idade do animal;
ü  A tecnologia tanto serve para bovinos como para ovinos e caprinos. Com 2 litros de silagem de colostro são produzidos 4 litros de alimento para os animais.

  
CUSTO DE PRODUÇÃO

A silagem de colostro é uma técnica simples e de fácil apren­dizado pelo produtor, pois não requer investimentos em insumos, instalações e maquinários. O processo não tem custos adicionais, pois utiliza apenas mão-de-obra e material reciclado (garrafas plásticas). Basta ter uma fêmea parida e uma garrafa!
Prática de silagem de colostro 
Preparo da silagem de colostro
Prática do processo de silagem de colostro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Unidade Acadêmica Especializada 
 em Ciências Agrárias 
Programa de Pós-Graduação em Manejo Sustentável do Semiárido
Grupo organizador/contatos:
ANDRÉA KARINA PINTO BATISTA

JOSENILTON PAULO DE ARAÚJO

ÍTALA IARA MEDEIROS DE ARAÚJO



16 janeiro, 2013

MISTURA MÚLTIPLA RECOMENDADA PARA RUMINANTES NA REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE

MISTURA MÚLTIPLA

A mistura múltipla também chamada de sal proteinado é um suplemento alimentar composto de ureia, minerais, fontes de proteína verdadeira, energia e sal comum. Pela sua simplicidade e baixo custo, surge como alternativa para minimizar deficiências múltiplas de nutrientes no pasto.
Feita de forma balanceada, é indicada para bovinos, ovinos e caprinos nas épocas de seca e das águas, em substituição ao sal mineral.
Ingredientes para mistura múltipla
A Mistura Múltipla possibilita ao criador utilizar diversas fontes de energia e proteína verdadeira (natural) disponíveis na propriedade. Em lugar do milho, pode-se usar o sorgo, o milheto, a raspa de mandioca ou o farelo de arroz. No lugar do farelo de soja, pode ser usado farelo de algodão, farelo de babaçu ou de dendê.
O consumo pelo animal é variável, dependendo da qualidade e disponibilidade de pastagem. Para que se obtenham bons resultados, é interessante que os bovinos tenham um consumo da mistura de até 200 gramas por dia e ovinos e caprinos de até 50 gramas por dia. Ao receber essa mistura, os animais são estimulados a aumentar o consumo de forragem, mesmo que ela esteja seca, fibrosa e com baixo teor de proteína.
Durante o período seco, o animal perde peso, pois consome menor quantidade de matéria seca. Com isso, sobra mais macega, ou o pasto não é aproveitado, induzindo o produtor a queimar a sobra.
Utilizando a tecnologia da "mistura múltipla", além do ganho de peso dos animais, ou menor perda, o produtor melhora a produção, não usa o fogo e contribui para melhorar o meio ambiente, tornando sua atividade sustentável.
* Bovino: Custo de R$0,30/dia-consumo de 200g/dia.
* Caprino ou Ovinos: Custo de R$0,08/dia- consumo de 50 g/ dia.

Fazendo a mistura

Informações adicionais
 As fontes de fósforo mais usadas nas misturas minerais são fosfato bicálcico, superfosfato simples e triplo, MAP (fosfato monoamônico), mais calcário.
 Não necessitam de adaptações pelos animais, podendo ser fornecida à vontade desde o 1º dia aos animais.
Bovinos consumindo a mistura
 Não é necessário o uso de sal mineral, pois ele já está incluído na fórmula;
 O emprego da farinha de osso autoclavada ou calcinada está proibido em virtude da possibilidade de transmissão da doença conhecida como “vaca louca”.
 Não deve ser dada aos animais famintos.
 Os cochos devem ser cobertos e instalados em pontos estratégicos para que se obtenham bons consumos.
 O consumo de minerais varia com a espécie animal e dentro desta com a categoria, e sua necessidade é dependente do consumo de alimento.
 Resultados de pesquisas apontam que a administração de boa mistura mineral é capaz de proporcionar aumentos da ordem de 20% a 50% na taxa de natalidade, de 20% a 30% no ganho de peso e de redução significativa dos índices de doença e de mortalidade.
 Assegure ao seu rebanho maior taxa de parição
 Antecipe a idade de abate
 Reduza a incidência de doenças e mortalidade                                                           
Grupo explicando o processo de mistura mùltipla
Prática de mistura múltipla


Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias
Programa de Pós-Graduação em Manejo Sustentável do Semiárido
Elaborado por:
Karen Luanna Marinho Catunda
Kelem Cristiany Nunes Silva
Miguel Ferreira Campos Júnior


AMONIZAÇÃO DE VOLUMOSOS PARA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES NO SEMIÁRIDO


O QUE É AMONIZAÇÃO?

Técnica de adição de amônia às palhadas, restos de cultivos ou forragens muito fibrosas, com o objetivo de transformá-las em um material capaz de manter o peso do animal e até de fazê-lo ganhar algum peso, durante os períodos críticos de escassez de forragens.
A amonização consiste em dois processos na massa da forragem tratada:
1)     Ureólise: uma reação enzimática que na presença de urease produzida pelas bactérias ureolíticas, sob condições ideais de umidade transforma a uréia em amônia e esta gera efeitos na parede celular da forragem; e
2)     Hidrólise alcalina: resultante da reação do hidróxido de amônia, uma base fraca decorrente da alta afinidade da uréia em reagir com a água, e as ligações ésteres entre os carboidratos estruturais.


BENEFÍCIOS DA AMONIZAÇÃO:

A amônia em forma de gás atua nas partes mais fibrosas do material tratado, rompendo a ligação lignina-hemicelulose-celulose, deixando maior superfície de exposição para a ação dos micro-organismos do rúmen.
v  Aumento da digestibilidade do material tratado;
v  Aumento do consumo de matéria seca e proteína (NNP) pelos ruminantes;
v  Elevação do teor de proteína bruta (NNP) do material tratado;
v  Preservação do material, devido à ação fungiostática da amônia;
v  Tecnologia de baixo custo.


MATERIAIS QUE PODEM SER AMONIZADOS:

v  As palhadas (de milho, arroz, feijão, sorgo)
v  Capins secos e fenos de gramíneas e leguminosas com elevado teor de fibra;
v  Alimentos fibrosos e resíduos da agroindústria (casca de arroz, bagaço de cana, resíduos de caju, abacaxi e do sisal, sabugo de milho, manivas de mandioca).
v  Folhagens e hastes secas de diversas espécies componentes da vegetação da caatinga.


COMO AMONIZAR?

v  Preparo do terreno o local da meda deve ser plano, bem drenado, limpo e forrado com capim seco ou, preferencialmente, com plástico polietileno de 0,20mm, para evitar perdas de amônia para o solo;
v Dimensionamento o material tratado deve ser amontoado em medas cúbicas, preparadas de maneira convencional, ou cilíndricas, com auxilio do aro metálico “cincho”. Podem também ser aproveitados silos já existentes na  propriedade. Montagem do aro metálico, colocação do polietileno na base do aro.
v  Preparo do terrenoo local da meda deve ser plano, bem drenado, limpo e forrado com capim seco ou, preferencialmente, com plástico polietileno de 0,20mm, para evitar perdas de amônia para o solo;  
v  Preparo da solução de ureia a ureia deve ser aplicada na base de 4 a 5% do peso do material a ser tratado. Por exemplo, para uma tonelada de forragem, aplicar de 40 a 50 quilos de uréia. 



      UREIA
Esta deve ser completamente dissolvida em água, na proporção de 1 quilo para cada 5 litros de água. No caso de palhadas muito secas (abaixo de 20% de umidade), deve ser usada com uma quantidade maior de água (8 a 10 litros de água/kg de uréia).
Aplicação da solução de ureia

PREPARO DA SOLUÇÃO
Tratamento do material – usar camadas de 30cm e compactadas com pisoteio, usar em 1m³ aproximadamente 6,25 kg de uréia, ou seja, usar 1,875 kg/30cm de forrageira compactada. Normalmente, para pequenas medas, usa-se um regador comum, tamanho grande. Para grandes volumes de matéria a amoniar, o mais recomendável é utilizar pulverizadores costais.
Material amonizado 

      SOLUÇÃO DE UREIA
Vedação – comcluido o processo, cobre-se com plático de polietileno de dupla face (preto e branco) ou amarelo, tendo o cuidado de deixar a parte superior abaulada e as laterais para evitar penetração de água e perda do gás.É recomendável submeter os animais a um processo de adaptação, fornecendo-lhes, inicialmente, quantidades diárias correspondentes à metade dos totais previstos para consumo regular. De maneira geral, o consumo de palha amoniada é da ordem de 1,5 a 2,0% do peso vivo. Para ovelhas, o consumo se situa entre 0,5 e 0,7 kg/cab/dia.

IMPORTANTE!!!!!
Usar o material amonizado na seguinte proporção: 1,0 % de peso vivo na primeira semana para adaptação dos animais e até 2,0% do peso vivo já na segunda semana.

INFORMAÇÕES:

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias
Pós-Graduação em Manejo Sustentável do Semiárido

Alexandre Magno Martins do Amaral
(Engenheiro Agrônomo)

Kilma Cristina Silva
(Engenheira Agrônoma)

Maize Pinheiro de Almeida
(Zootecnista)

Themístocles Tácito de Castro Silva
(Zootecnista)