16 janeiro, 2013

AMONIZAÇÃO DE VOLUMOSOS PARA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES NO SEMIÁRIDO


O QUE É AMONIZAÇÃO?

Técnica de adição de amônia às palhadas, restos de cultivos ou forragens muito fibrosas, com o objetivo de transformá-las em um material capaz de manter o peso do animal e até de fazê-lo ganhar algum peso, durante os períodos críticos de escassez de forragens.
A amonização consiste em dois processos na massa da forragem tratada:
1)     Ureólise: uma reação enzimática que na presença de urease produzida pelas bactérias ureolíticas, sob condições ideais de umidade transforma a uréia em amônia e esta gera efeitos na parede celular da forragem; e
2)     Hidrólise alcalina: resultante da reação do hidróxido de amônia, uma base fraca decorrente da alta afinidade da uréia em reagir com a água, e as ligações ésteres entre os carboidratos estruturais.


BENEFÍCIOS DA AMONIZAÇÃO:

A amônia em forma de gás atua nas partes mais fibrosas do material tratado, rompendo a ligação lignina-hemicelulose-celulose, deixando maior superfície de exposição para a ação dos micro-organismos do rúmen.
v  Aumento da digestibilidade do material tratado;
v  Aumento do consumo de matéria seca e proteína (NNP) pelos ruminantes;
v  Elevação do teor de proteína bruta (NNP) do material tratado;
v  Preservação do material, devido à ação fungiostática da amônia;
v  Tecnologia de baixo custo.


MATERIAIS QUE PODEM SER AMONIZADOS:

v  As palhadas (de milho, arroz, feijão, sorgo)
v  Capins secos e fenos de gramíneas e leguminosas com elevado teor de fibra;
v  Alimentos fibrosos e resíduos da agroindústria (casca de arroz, bagaço de cana, resíduos de caju, abacaxi e do sisal, sabugo de milho, manivas de mandioca).
v  Folhagens e hastes secas de diversas espécies componentes da vegetação da caatinga.


COMO AMONIZAR?

v  Preparo do terreno o local da meda deve ser plano, bem drenado, limpo e forrado com capim seco ou, preferencialmente, com plástico polietileno de 0,20mm, para evitar perdas de amônia para o solo;
v Dimensionamento o material tratado deve ser amontoado em medas cúbicas, preparadas de maneira convencional, ou cilíndricas, com auxilio do aro metálico “cincho”. Podem também ser aproveitados silos já existentes na  propriedade. Montagem do aro metálico, colocação do polietileno na base do aro.
v  Preparo do terrenoo local da meda deve ser plano, bem drenado, limpo e forrado com capim seco ou, preferencialmente, com plástico polietileno de 0,20mm, para evitar perdas de amônia para o solo;  
v  Preparo da solução de ureia a ureia deve ser aplicada na base de 4 a 5% do peso do material a ser tratado. Por exemplo, para uma tonelada de forragem, aplicar de 40 a 50 quilos de uréia. 



      UREIA
Esta deve ser completamente dissolvida em água, na proporção de 1 quilo para cada 5 litros de água. No caso de palhadas muito secas (abaixo de 20% de umidade), deve ser usada com uma quantidade maior de água (8 a 10 litros de água/kg de uréia).
Aplicação da solução de ureia

PREPARO DA SOLUÇÃO
Tratamento do material – usar camadas de 30cm e compactadas com pisoteio, usar em 1m³ aproximadamente 6,25 kg de uréia, ou seja, usar 1,875 kg/30cm de forrageira compactada. Normalmente, para pequenas medas, usa-se um regador comum, tamanho grande. Para grandes volumes de matéria a amoniar, o mais recomendável é utilizar pulverizadores costais.
Material amonizado 

      SOLUÇÃO DE UREIA
Vedação – comcluido o processo, cobre-se com plático de polietileno de dupla face (preto e branco) ou amarelo, tendo o cuidado de deixar a parte superior abaulada e as laterais para evitar penetração de água e perda do gás.É recomendável submeter os animais a um processo de adaptação, fornecendo-lhes, inicialmente, quantidades diárias correspondentes à metade dos totais previstos para consumo regular. De maneira geral, o consumo de palha amoniada é da ordem de 1,5 a 2,0% do peso vivo. Para ovelhas, o consumo se situa entre 0,5 e 0,7 kg/cab/dia.

IMPORTANTE!!!!!
Usar o material amonizado na seguinte proporção: 1,0 % de peso vivo na primeira semana para adaptação dos animais e até 2,0% do peso vivo já na segunda semana.

INFORMAÇÕES:

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias
Pós-Graduação em Manejo Sustentável do Semiárido

Alexandre Magno Martins do Amaral
(Engenheiro Agrônomo)

Kilma Cristina Silva
(Engenheira Agrônoma)

Maize Pinheiro de Almeida
(Zootecnista)

Themístocles Tácito de Castro Silva
(Zootecnista)

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